Como encontrar o psiquiatra certo?
Como psiquiatra em Brasilia é muito importante para mim ouvir a opinião dos meus pacientes, quando me deparei com este relato abaixo, achei sensacional e resolvi publicar aqui no site. Â É a experiência de Courtney Rudell:
“ Estivemos juntos pouco mais de 6 anos – os melhores anos da minha vida. Ele é inteligente, bondoso e compassivo. Ele é um grande ouvinte. Ele conhece meu passado, meus sonhos, meus pontos fortes e minhas fraquezas. Posso sempre contar com ele.
Não, ele não é meu namorado. Ele é o meu psiquiatra.
Nosso relacionamento é um dos mais importantes na minha vida. Ele salvou minha vida inúmeras vezes – eu realmente não acho que eu estaria neste planeta se não fosse por ele.
Encontrar o “Príncipe Encantado†dos psiquiatras não foi uma tarefa fácil. Demorou 6 anos, três sapos e dois diagnósticos errados, mas eu finalmente tive a sorte de topar com ele.
Era uma vez …
Sapo 1: Diagnosticou-me com transtorno do pânico e prescreveu citalopram. Após 6 semanas, minha ansiedade ficou ainda pior. Então, ele me orientou a parar de tomar citalopram e começar a tomar calmantes todos os dias, sabendo muito bem que estava sóbria nos últimos 2 anos, após ter tido problemas com dependência ao álcool.
Ele não ofereceu outra terapia, antidepressivos ou qualquer outra solução, que não fossem tranquilizantes.
Deixei o consultório convencida de que psiquiatras eram todos iguais. Todos eles só queriam me calar a boca e tomar tudo o que colocam a frente. Eles eram o chefe, não eu. Eu não tinha nada a dizer no nosso relacionamento – que era patriarcal. Eu era apenas outra garota.
Sapo 2: Diagnosticou-me com transtorno do pânico e receitou escitalopram , que fez a minha boca ficar com gosto de metal, então ela mudou para paroxetina que me fez muito mal, então ela mudou para sertralina que funcionou.
Eu a consultei por 2 anos. Ela era extremamente fria, raramente falava e tomou muitas notas. O número de telefone que eu tinha era apenas para marcar consultas, de modo que só conversávamos nestes dias.
Deixei aquele relacionamento pensando que ele não seria mais do que isto: gelado, clínico, sem quaisquer novos insights sobre minha vida interna. Eu nunca iria sentir calor ou compaixão. Eu nunca seria entendida.
Sapo 3: Fazia sua própria agenda, não tinha uma sala de espera, eu acabava ficando no corredor. Suas consultas duravam não mais que cinco minutos – só para pegar minhas receitas. Passei mais tempo fora de seu consultório do que lá dentro.
… E depois eu encontrei o meu príncipe.
Ele nunca foi atrasou ou cancelou uma consulta sem uma justificativa e sua assistente sempre avisava com antecedência. Ele tem uma sala de espera e uma assistente que cuida de sua agenda . Ele revisou meu diagnóstico de bipolar tipo 1 para tipo 2 depois de aprender mais sobre meus ciclos e afirmou que um um quadro de estresse pós-traumático estava causando meus ataques de pânico. Ele recomendou psicoterapia nos primeiros anos.
Temos conversas. Eu nunca sinto que estou sendo observada. Ele faz suas anotações sem deixar de prestar atenção em mim e cada consulta dura pelo menos 20 minutos.
Ele está sempre em busca de novas pesquisas e opções de tratamento. Nunca supermedica e respeita a minha sobriedade. Ele tem a mente aberta, experiente e humana.
Ele esteve ao meu lado durante um aborto espontâneo, uma gravidez, depressões suicidas pós-parto e mania e todo o resto.
… E viveram felizes para sempre. O Fim.
A moral da minha história pode ser bem expressa com clichês:
1. Se no início você não conseguir, tente e tente novamente.
2. Você tem que beijar muitos sapos antes de encontrar seu príncipe.
3. Roma não foi construída em um dia. “
Courtney Rundell é blogueira americana da International Bipolar Foundation.
Dr. José Hamilton Vargas é psiquiatra em Brasília.
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É exatamente por isso que eu passo. Eu vim aqui perguntar por que os psiquiatras não conversam com o paciente, até ler este artigo e entender que não são todos. Eu moro numa região de pouca alternativa médica. Viajo 06 horas para consultar com uma psiquiatra que nem olha pra mim, só prescreve inúmeros remédios, não quer me ouvir, não fala comigo. Não sei o que fazer. Não tenho como ter um acompanhamento de um psicólogo pois não posso viajar uma vez por semana para fazer terapia. Eu necessitava de um psiquiatra que tivesse a bondade de me explicar o que eu tenho, seria tão mais fácil para mim lidar com minhas dificuldades se eu realmente soubesse qual problema eu tenho. Mas ela parece fazer questão de esconder de mim eu não entendo. Ela é fria e não parece se importar comigo.
Linda,
Imagino o quanto é difícil não ser ouvida. Você já tentou falar isto com seu médico? Que gostaria de falar mais sobre alguns assuntos e também ouvir o que ele pensa?
Quanto ao psicólogo, existem alguns que atendem via SKYPE. Já procurou na web estas alternativas?
Boa sorte, siga em frente e cuide-se :-)